2006-07-02

Para terminar:

Se o primeiro parágrafo do teu texto inicial me parece quase uma reprodução de uma data de textos que já li sobre o livro (inclusive o texto da contracapa da dust-jacket original), mesmo com uma ou outra informação não muito correcta, ao longo do texto deixas uma informação que nunca li ou ouvi em lado nenhum e fiquei curioso quanto à fonte que usaste para escrever isto: "Pela vontade de Costa Martins, desaparecido em 1995, mais nenhum exemplar seria publicado." Confesso-te que conheço a família Costa Martins (…) infelizmente não conheci o próprio Manuel Costa Martins. Não digo que a tua informação está incorrecta, mas nunca tal me foi dado a entender, quer por parte dos familiares mais próximos, quer mesmo por parte de algumas pessoas que conviveram de perto com o mesmo. Até acho que se se colocasse a possibilidade de uma reedição, que este seria o primeiro a achar piada (e piada parece o termo mais correcto para aplicar neste caso).
Em relação à questão António Sena(…)penso que estavas a confundir com o pai, o António Sena da Silva, que de facto nasceu em 1926. Também era arquitecto e fotografava, e fazia-o muito bem. Era conhecido dos autores do livro, mas foi mais uma pessoa que na altura não percebeu o potencial da obra. O que não é nada de preocupante, porque foram realmente muito poucos aqueles que na altura perceberam o que ali estava representado. Durante alguns anos, fui ouvindo várias pessoas a dizer que o António Sena conhecia o livro porque o pai o tinha em casa, mas a história contada pelo António Sena nada tem a ver com isso, ele disse-me que quando encontrou esse livro e começou a fazer perguntas ao pai, este nem sequer se lembrava que o Costa Martins e o Victor Palla tinham feito tal coisa (se a memória não me atraiçoa, acho que foi mesmo isto que ele disse).

A exposição.

Em 1958, foram montadas duas exposições referentes ao livro. A primeira em Lisboa, na galeria Diário de Notícias e a segunda no Porto na galeria Divulgação, actual livraria Leitura. Em alguns textos vêm referidas como tendo sido primeiro expostas no Porto e depois em Lisboa. Penso que num texto da Margarida Medeiros sobre o Victor Palla para o #1 da revista do CPF em 98 ou 99 e numa tese monográfica do Luís Camanho sobre o livro (não me lembro da data, talvez 2003). Quanto à quantidade de imagens expostas tenho mesmo dúvidas que fossem assim tantas (o triplo das impressas no livro) mas neste momento não te posso ajudar neste aspecto, teria que procurar em cadernos de apontamentos que não estão catalogados e poderia demorar alguns dias a encontrá-los.

(…) Gérard, o que é certo é que este foi dos poucos que percebeu a importância do livro e afirmou-o pessoalmente em carta escrita aos autores no início da década de 60 (61 penso eu) e foi mesmo dos poucos a fazê-lo nessa altura (podes confirmar no livro do António Sena que te indiquei).
Informação chegada via e-mail e que, apesar de não verificada, pela quantidade de fontes disponibilizadas, permite que tal seja feito.

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